quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Eu e a Joana em Noronha.


E incrível a força que as coisas tem quando elas precisam acontecer. Eu já conhecia a Joana a algum tempo e ela era uma grande amiga, por um acaso nos encontramos no Rio de Janeiro, ela tinha ido escalar umas montanhas em Três Picos perto de Teresópolis e estava esperando o dia no Rio e eu esperando no iate clube a partida do cruzeiro. Acabou que ela embarcou por uns dois dias e depois foi escalar, voltou a embarcar novamente na perna de Vitória, Abrolhos e Santo André, depois voltou para trabalhar, nossa convivência foi tão boa que no final ela decidiu tirar férias e embarcar um mês no Tuareg a partir de Recife, Não dava mais para disfarçar as intenções, nasceu um sentimento e nossa amizade virou uma maravilhosa relação que cresce a cada dia cheia de coisas gostosas. Um beijo para você Jô.

Tripulação do Tuareg na premiação da regata.

Joana contemplando a chegada a Noronha.

Velejada rumo a Fernando de Noronha


O barco andava bastante, e Noronha foi ficando cada vez mais perto, o vento nas ultimas 60 milhas enfraqueceu um pouco soprando a 16 nós, nos obrigando a subir mais pano para não perdermos rendimento, adriçamos a geneker e assim completamos o percurso de 300 milhas em 44:45 hs, uma media de 6,7 nos, que nos rendeu o terceiro lugar na categoria veleiros de aço. Dos seis tripulantes a bordo somente o Grilo e a Joana não tiveram enjôo.

Eu amarrado, tendo que arrumar os cabos na proa


As previsões estavam corretas, depois que deixamos a plataforma continental o mar subiu e o vento aumentou fazendo o barco andar muito adernado e fazendo 8 e 9 nos, muito desconfortável fazendo a metade da tripulação enjoar, inclusive eu que enjoei na primeira noite mas consegui recuperar no dia seguinte. Durante o percurso os barcos se distanciam muito e até mesmo o contato radio fica meio difícil, começamos a ouvir pedidos de ajuda de alguns barcos que tinham quebrado e outros que tinham tripulantes em estado de coma, os navios da marinha que acompanhavam a regata foram ao resgate dos doentes e outros veleiros foram prestar ajuda aos que necessitavam de reboque.

Final de tarde deixando Recife na esteira.


Antes da partida uma grande expectativa foi gerada devido as condições de mar e vento que iríamos pegar, os sites de meteorologia apontavam condição ruim de mar, cerca de 4 metros com intervalo de 6 a 7 segundos e ventos fortes de até 30 nos, tudo entrando de traves.

Largada da Refeno.


Todos embarcados e preparamos para a largada da Regata que seria feita em varias baterias de acordo com as classes dos barcos, Partimos na segunda bateria e logo pegamos um contra vento na saída da barra que nos obrigou a bordejar até fazermos a bóia norte, de lá seria um rumo reto até a ilha.

Largada da Refeno.

Por do sol no clube.

Churrasco no Cabanga.


Fizemos muitos churrascos e vários banhos de piscina alem de preparar a inscrição dos demais tripulantes que embarcariam no Tuareg. Como só tínhamos três inscritos e faríamos a regata com seis pessoas teríamos que providenciar as inscrições faltantes e foi ai que fui atrás de barcos que tinham tripulantes que se escreveram e desistiram, aproveitando a inscrição paga a preço mais baixo.

Será que era assim na época do descobrimento ou é só delírio do artista????

Museu de Armas, foto de uma das muitas salas.

No museu do Brennand, Chicão, Alfredo e Grilo.


Fizemos vários passeios por Recife, saímos para comer um churrasco de bode que é uma delicia e de lá fomos para i Instituto Brennand onde tem dois museus, um de armas que é o maior da América latina e outro voltado para a ocupação holandesa e portuguesa no Recife, muito bom também, os dois muito ricos no seu acervo, quem trabalha lá e ajeitou nossa entrada foi Rafaela, minha amiga de Recife que fez a apresentação de frevo para o CCL no Iate Clube do Rio de Janeiro, é ótimo rever os amigos.

No Cabanga Iate Clube.


Saímos rumo a Recife com 10 dias de antecedência alargada da Regata Recife Fernando de Noronha “REFENO”, para poder atracar o barco em , um lugar bom no clube. A velejada foi outra vez ótima, com ventos de 15 nos entrando de traves por boreste, o barco singrava as águas a 7 nos e ia tudo bem quando em um estralo a geneker foi para água, tinha rompido o cabo da driça que ficou roçando devido a quebra da roldana no topo do mastro, embarcamos a vela abrimos a genoa e seguimos até a boca da barra levados pelo piloto automático, quando desliguei o piloto e fui pegar o leme na mão para contornar o dique de pedra que protege a entrada do porto das ondas, senti que o barco não respondia, na mesma ora acionei a tripulação para verificar o porque do barco estar sem leme, enquanto isto eu tentava controlar o barco para não derivar para as pedras usando as velas e o motor. Detectado o problema que era um retentor que tinha escapado, reabastecemos o reservatório hidráulico do leme e seguimos para dentro do porto de Recife rumo ao Cabanga.