Os dias em que passei sozinho foram de muita reflexão, esta viajem não estava sendo como as outras, um clima tenso dentro do barco, vários problemas de convivência foram surgindo a partir da largada no Rio de Janeiro. Morando a bordo não há possibilidade de situações mal resolvidas, a convivência é muito intensa e o espaço muito restrito, eu sabia que estava em uma situação delicada porque de Natal para cima não existiria mais a possibilidade de voltar, partindo dali teria que manter a convivência a bordo por no mínimo mais 14 meses. Tinha também os negócios, muita coisa ainda estava pendente, coisas que teriam que ser resolvidas antes de sair do Brasil mas que não haveria mais tempo hábil para isto, diante de todas estas questões decidi que o mais sensato era interromper nossa viagem por aqui, tem hora em que temos que mudar o rumo das coisas e esta era uma delas, refizemos nossa programação e ficou decidido que o barco ficaria em Natal até dia 4 de janeiro onde começaríamos a descer a costa junto com o Cruzeiro Costa Nordeste idealizado pelos velejadores de Natal.
Depois de um mês a bordo do Tuareg as férias da Joana estavam acabando, era hora dela ir, voltar a Amparo e eu ficaria por lá mais uns dias preparando o barco. Sem dúvida os dias em que passamos juntos foram os melhores da viagem e era uma promessa de que de algum jeito nos encontraríamos de novo em breve, nesta hora começamos a acreditar que para tudo existe um jeito.
Depois que entregamos o carro passamos a fazer nossas explorações de modo diferente, saiamos de bote para conhecer os canais que permeiam o mangue do Rio Potenji e também fizemos algumas investidas as praias perto no Iate Clube.
Ainda com o carro alugado fomos para o norte, atravessamos a ponte e fomos explorar a região. A paisagem muda um pouco, já não tem quase a estrada a beira mar porque o caminho e cortado pelas dunas de Genipabu, depois de muito se perder e de ser assediado por guias que a toda hora se atiravam na frente do carro para oferecer serviço, Fomos parar na lagoa de Pitangui, de água doce cercada por dunas e com uma infra estrutura de bares tirolesa etc... Alugamos caiaques e fomos passear nas dunas, depois saímos e fomos a praia curtir um pouco a preguiça e o final da tarde.